Confira o artigo da sócio-fundadora e CEO da B2Gether, Janaina Assis, sobre o espaço das mulheres na sociedade, em alusão ao Dia Internacional da Mulher!
Chegamos a mais um 8 de março, Dia Internacional da Mulher, com um sentimento antagônico de que evoluímos enquanto sociedade, mas que ainda temos muito a avançar em relação a diversas questões envolvendo o espaço das mulheres na sociedade.
Por mais que pareça confuso, é exatamente essa a sensação. É como se tivéssemos vencido algumas batalhas, tendo pela frente ainda uma enorme, cansativa e longa guerra.
No mercado de câmbio, por exemplo, segmento no qual atuo desde 2007, sou testemunha ocular de alguns avanços e de muitos atrasos. Hoje, por exemplo, a presidência da Associação Brasileira de Câmbio (Abracam) é ocupada por uma mulher. Trata-se de um fato a se comemorar, em um mercado majoritariamente masculino e branco.
Hoje há, sem dúvidas, em relação a um passado recente, mais espaço para as mulheres se desenvolverem e chegarem a cargos de gerência em bancos, corretoras, fintechs e outras instituições financeiras. Mas a distância em comparação com os homens ainda é acachapante.
Uma pesquisa recente do TradeMap mostra que a presença feminina em cargos executivos, diretoria e conselho de administração aumentou 78% entre 2017 e 2022. No entanto, mesmo com esse crescimento importante, as mulheres ocupam apenas 14,5% das posições de liderança nas empresas de capital aberto no brasil.
O dado é um retrato do setor financeiro, mas funciona como um espelho para outros segmentos. Faça você o exercício de contar os (as) “chefes” que já teve ao longo da sua carreira. A probabilidade de o número de homens ser maior é grande.
Mas, sim, não podemos deixar de celebrar as conquistas que as mulheres vêm obtendo desde o século passado. Eu mesma sou um dos exemplos desses avanços.
Quem, num passado recente, poderia imaginar que uma mulher negra, mãe solo, vinda de um bairro de periferia da cidade de Poá/SP, que começou como caixa em uma corretora de câmbio e trabalhava de madrugada no aeroporto de Guarulhos, ocuparia diferentes cargos de liderança em uma grande empresa do nicho, cresceria na carreira e, depois de 14 anos, abriria a própria empresa de câmbio?
Sei que exceções não formam a regra, mas é importante valorizar as vitórias. Elas servem como combustível para seguirmos na guerra. E se ainda falam que nosso lugar é na cozinha, pilotando o fogão e cuidando da casa, reafirmamos que nosso lugar é onde a gente quiser.
