O spread cambial consiste na diferença entre a taxa de câmbio da operação e a taxa praticada pelo mercado interbancário. Trata-se de uma forma que as instituições financeiras utilizam para cobrir os custos das transações internacionais e tirar o percentual de lucro sobre elas. Entenda tudo no texto abaixo!
Você já deve ter ouvido falar, ou experimentado na prática, que fazer operação de câmbio no Brasil custa caro. É a mais pura verdade. Além dos tributos que incidem sobre as transações internacionais em geral, existe um outro custo que sempre passa despercebido por muitas empresas e pessoas, mas que deve ser analisado com atenção: o spread cambial.
Quem atua com comércio exterior, quem envia e recebe dinheiro para/de fora do país com recorrência, ou até mesmo quem compra moeda estrangeira para viajar, sabe (ou deveria saber) o quanto o spread cambial interfere no custo final de cada operação.
Bora entender mais sobre essa cobrança e saber como economizar nas operações de câmbio? Trabalho há muitos anos nesse mercado e vou te mostrar tudo o que você precisa saber sobre o assunto, inclusive o caminho para conseguir spreads menores e mais justos.
Vem comigo!
Veja os tópicos que você encontrará neste artigo:
Sumário
O que é spread cambial?
O spread cambial nada mais é do que a diferença entre a taxa de câmbio da operação e a taxa praticada pelo mercado interbancário. Ou seja, o spread consiste na “margem” entre o custo da operação (taxa do câmbio comercial ou turismo) e o valor cobrado pelas instituições financeiras (bancos, corretoras etc.).
Em outras palavras, posso dizer que o spread cambial é uma forma de as instituições financeiras cobrirem os custos das transações internacionais e tirar o percentual de lucro sobre elas.
Só para arrematar: o spread representa a diferença entre o valor real da moeda estrangeira em relação à nossa e o valor cobrado em cada operação. Essa mesma lógica funciona em outros tipos de transações financeiras, como investimento na bolsa, por exemplo.
Como funciona o spread no mercado de câmbio?
Na prática, o spread cambial abrange o valor de custo e o lucro de cada transação internacional. É por isso que sempre há um ligeiro acréscimo sobre a taxa de câmbio atual nos casos de compra de moeda estrangeira e um decréscimo nas situações de venda. Quem aplica esse valor a mais ou a menos (isto é, o spread) em relação à taxa da moeda estrangeira são as instituições financeiras.
Por exemplo: se o custo de uma transferência de real para dólar é de R$ 4,70 na cotação atual e o valor pago no fim, desconsiderando os impostos, é de R$ 4,95 por cada dólar, quer dizer que o spread cobrado pelo banco ou corretora representa R$ 0,25.
A princípio, você pode achar que é pouco. Mas lembre-se que, nesse caso, é aplicado 25 centavos a cada dólar. Agora multiplique esse valor pelo total transferido em apenas uma única transação. Depois multiplique pelo montante transacionado no decorrer de um ano. É aí que a gente entende a relevância do spread cambial e porque devemos buscar cotações menores.
De que forma o spread impacta nas operações?
Preciso ser sincero com você aqui. O spread cambial sempre torna a taxa de câmbio mais desfavorável para os clientes e deixa as operações mais caras.
Vamos aos exemplos práticos (que podem parecer óbvios, mas são importantíssimos). No comércio exterior, o spread cambial faz com que as empresas exportadoras recebam menos reais para cada dólar na transação e faz com que as empresas importadoras paguem mais reais no câmbio.
A mesma lógica se aplica a outros tipos de operação, como facilitação de pagamentos, remessas internacionais, compras online feitas junto a empresas estrangeiras e câmbio turismo.
Não tem jeito, os spreads cambiais encarecem as transações de quem envia dinheiro para fora e subtrai o volume de lucro de quem recebe dinheiro do exterior.
Por que os spreads são tão altos no Brasil?
No geral, os spreads são considerados altos no sistema financeiro brasileiro em virtude dos custos administrativos para viabilizar as transações, a carga tributária paga pelas instituições (que não é barata), a inadimplência por parte dos clientes, os riscos inerentes às operações, entre outros fatores.
Mas, sinceramente, posso afirmar a você que esse cenário já foi muito pior no Brasil e que os spreads cambiais estão bem menores do que no passado recente.
Com a digitalização do sistema financeiro, o surgimento de novos players com soluções tecnológicas e a evolução regulatória com o Novo Marco Cambial, os custos das operações de câmbio reduziram bastante.
É claro que ainda há, a meu ver, spreads considerados abusivos. Mas aí cada instituição conhece suas necessidades e investimentos para atender seus clientes da melhor forma.
Aqui na B2Gether, desenvolvemos um modelo que reduz significativamente o valor dos spreads e que nos permite oferecer taxas de atacado para operações de varejo aos nossos clientes.
Afinal, como o spread cambial é calculado?
O cálculo do spread cambial ocorre em duas etapas quando falamos do mercado primário, que é aquele em que as empresas realizam operações de troca de reais e moeda estrangeira para fins de importação, exportação e fluxos financeiros externos no geral.
Na primeira etapa, é calculada a diferença de cada operação. Na segunda, os resultados da primeira são agregados. Estou utilizando aqui a fórmula publicada pelo Banco Central do Brasil (BCB) em um estudo sobre spread nas operações de câmbio.
O spread é calculado considerando cada contrato de câmbio registrado no BCB. Depois, o spread é estimado comparando a taxa de câmbio do contrato com a taxa do mercado interbancário do dia do fechamento, aferido pela PTAX (média de todas as taxas de conversão praticadas em um período).
Cálculo do spread na compra de moeda estrangeira
Segue a fórmula de cálculo nas operações de compra:
Spread = (PTAX compra – taxa de câmbio da operação) / PTAX compra
Nessa fórmula, o spread é a margem percentual do contrato de câmbio em questão e a PTAX compra consiste na taxa registrada na data que o contrato foi realizado. O resultado será o termo percentual do preço de uma moeda estrangeira em relação à nossa.
Veja o seguinte exemplo para entender melhor na prática:
Spread = (R$ 4,70 – R$ 4,58) / R$ 4,70
Spread = R$ 0,12 / R$ 4,70
Spread = 0,02 x 100
Spread = 2%
Nesse exemplo, considerando a diferença entre a taxa PTAX e a taxa da operação de câmbio, o spread cambial cobrado seria de 2%. Isso sem considerar os tributos que incidem sobre as transações internacionais, como o Imposto de Operações Financeiras (IOF).
Cálculo do spread na venda de moeda estrangeira
No caso da venda de moeda estrangeira, a fórmula é praticamente a mesma, com algumas alterações. Veja:
Spread = (taxa de câmbio da operação – PTAX da venda) / PTAX da venda
Como saber o spread cambial da minha operação?
Existem diferentes formas de saber o spread da sua operação de câmbio e desde já adianto que você não precisa fazer conta alguma.
Passei duas fórmulas de cálculo pra você compreender o processo. Mas para saber essa informação, basta fazer uma simulação com uma instituição financeira (caso não tenha feito a operação ainda) ou consultar o Valor Efetivo Total (VET) no contrato de câmbio, caso já tenha feito a operação.
Assim, você consegue saber o valor real que vai pagar na sua transação internacional, incluindo o spread e os tributos. Aqui na B2Gether, você pode fazer uma cotação sem compromisso com nossos analistas.
3 formas de reduzir o spread cambial nas suas operações
Agora que você já sabe praticamente tudo sobre o spread cambial, vou listar aqui três dicas de como diminuir o percentual cobrado e rentabilizar suas operações de câmbio, minimizando os custos e maximizando os ganhos. Veja a seguir!
1 – Comparar cotações
Antes de finalizar uma operação de câmbio, é muito importante fazer cotações em diferentes instituições financeiras e comparar os valores dos spreads. Cada empresa aplica uma porcentagem específica de margem sobre uma transação internacional e, por isso, é crucial fazer a devida comparação para ver qual é mais vantajosa e competitiva.
2 – Negociar spreads melhores conforme o volume
Se sua empresa transaciona um grande volume de operações de câmbio com recorrência, é possível negociar spreads melhores com a sua instituição financeira. Caso você não tenha essa abertura com o banco ou corretora, talvez o mais estratégico seja buscar outro parceiro de câmbio.
Geralmente, empresas facilitadoras de pagamentos internacionais, remessadoras (remittence), demais prestadores de serviços de eFX e empresas exportadoras e importadoras se enquadram nesse perfil. É bom ficar atento.
3 – Conte com o suporte de uma consultoria cambial
A consultoria cambial é peça-chave para minimizar os spreads e maximizar a rentabilidade das transações internacionais. Isso porque esse serviço especializado fica responsável por todas as etapas da sua operação de câmbio, estruturando e fechando as transferências com as melhores condições e taxas.
Além disso, é possível esclarecer dúvidas sempre que necessário, fundamentar as operações corretamente e aprovar a documentação previamente junto às instituições financeiras para otimizar o processo cambial.
Aqui na B2Gether, atuamos com uma consultoria cambial especializada e gratuita. Conseguimos spreads de atacado para os nossos clientes e somos experts em estruturar e fechar operações (das mais simples às mais complexas) com eficiência e segurança.
Reduzimos diariamente spreads cambiais para diferentes tipos de operações:
- Importação e Exportação;
- Facilitação de pagamentos internacionais (via Mass Payments);
- Remessas internacionais;
- Monetização de canais do YouTube e influencers de outras plataformas;
- Turismo (compra e venda de moeda estrangeira).
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Somos uma empresa credenciada no Banco Central como correspondente cambial. Também somos uma empresa vinculada à Associação Brasileira de Câmbio (Abracam). Só em 2022, intermediamos mais de R$ 4 bilhões em operações cambiais aos nossos clientes.
Se você deseja diminuir os spreads cambiais das operações da sua empresa, faça uma cotação sem compromisso com o nosso time de analistas.
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